AI, Sociedade do Consumo | Efeitos e Tendências
A Inteligência Artificial (IA) que tem tirado o sono de muita gente é um dos assuntos mais comentados do ano de 2023. Esse foi um dos temas que dominaram o evento mais importante da atualidade: O SXSW (South by Southwest), que acontece em Austin, no Texas. Ele surgiu em 1987 e todo ano reúne pessoas do mundo inteiro durante dez dias para debater temas como: inovação em mídia, interatividade, comportamento e consumo.
Quais as tendências da AI e seus efeitos?
Primeiro, vamos entender o que realmente é a Inteligência artificial: A AI é um campo da ciência da computação que busca desenvolver algoritmos e sistemas que possam realizar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana. A ideia é criar máquinas capazes de aprender, raciocinar, resolver problemas e tomar decisões com base em dados e modelos estatísticos. Então, sabe aquele app que você baixa ingenuamente para interagir com amigos, ou tirar fotos, editar vídeos, compartilhar notícias, etc?! Sua imagem poderá ser usada para poder facilitar – ou colocar em risco – a vida das pessoas e da sociedade.
Dentre todas as palestras que ocorreram no SXSW todas elas levantavam as perguntas de como IA pode nos auxiliar ou prejudicar nos próximos anos. Segundo a futurista e CEO da Future Today Institute, a previsão é que em um futuro próximo a IA esteja cada vez mais integradas as nossas vidas, como: Assistente de voz cada vez mais eficientes, móveis da casa prevendo os próximos passos, geladeira te dizendo o que falta você comprar no mercado, etc.
O que mais preocupou criadores de conteúdo, criativos, designers, músicos, roteiristas, etc… foi a possibilidade de, por exemplo, do chatGPT criar textos de posts prontos de instagram em segundos, roteiros, letras de música e até livros. Seria o fim realmente dessas profissões?
Embora ferramentas como o ChatGPT, alimentadas por dados até 2021, não possuam o alcance para abordar eventos recentes ou tendências emergentes com autoridade, elas têm o potencial de enriquecer o trabalho criativo. A IA pode oferecer aos criadores de conteúdo um leque ampliado de opções linguísticas e vocabulário, funcionando como um catalisador para a criatividade e não como um substituto da bagagem cultural e do repertório de ideias humanas.
Foi com o suporte do ChatGPT que escrevemos esse texto para elaborar a explicação sobre a essência do evento SXSW, destacando as melhores práticas para a criação de um texto esclarecedor. Entretanto, a IA ainda está limitada quanto à atualização de temas como o SXSW 2023, reforçando a necessidade de pesquisa contínua, estudos e um senso crítico apurado para garantir a qualidade e profundidade da informação.
Ou seja, a excelência em conteúdo demanda mais do que a mera geração automatizada de texto por uma IA. A inteligência humana e o direcionamento estratégico, através de prompts bem elaborados, são fundamentais para a criação de conteúdos relevantes e autênticos. Enquanto alguns podem recorrer ao ChatGPT para evitar o esforço intelectual, optando pela facilidade do “copiar e colar”, a verdadeira oportunidade está em como utilizamos essa ferramenta para otimizar nosso tempo, enriquecer nosso repertório e aperfeiçoar nossas entregas.
Neste contexto, em vez de temer a substituição de nossos empregos pela IA, devemos reconhecer o valor agregado que ela traz. A IA pode ser uma aliada poderosa, capaz de otimizar processos de trabalho, melhorar a qualidade do conteúdo e facilitar o cumprimento de prazos, impulsionando a produtividade e criatividade na era digital. E isso, está totalmente ligado ao movimento Slow.
Quais impactos sociais da AI?
A Inteligência Artificial (IA) tem sido um divisor de águas na forma como estruturamos o trabalho e a sociedade. Enquanto alguns defendem que a IA oferece a promessa de uma maior eficiência e a possibilidade de reduzir custos operacionais, é crucial examinar os potenciais impactos sociais que essa tecnologia pode acarretar.
Considere o cenário do mercado de trabalho: há uma crescente preocupação de que o uso da IA possa levar à sobrecarga de funções. Tomemos como exemplo um profissional de social media que, com a assistência da IA, pode otimizar o tempo de produção. O risco está na possibilidade de que, ao invés de se beneficiar de uma jornada de trabalho mais curta, esse indivíduo acabe acumulando tarefas adicionais como redação, copywriting e design. Isso acarreta uma pressão para que uma única pessoa desempenhe o trabalho que antes seria distribuído entre vários especialistas, potencialmente levando a um aumento do estresse e da exaustão profissional.
Além disso, há implicações profundas na maneira como a IA pode influenciar o comportamento humano e a saúde emocional da sociedade. A capacidade da IA de “recriar” memórias e avatares de entes queridos falecidos, por exemplo, levanta questões sobre o processo natural de luto e a resiliência emocional. A adoção de “soluções mágicas” tecnológicas pode nos distanciar da capacidade de enfrentar e processar as adversidades da vida, prejudicando assim o desenvolvimento de nossa inteligência emocional.
A influência da IA e das redes sociais na percepção de felicidade e sucesso também é um tema de grande relevância. A cultura influencer promovida nas redes sociais cria expectativas irreais de sucesso, frequentemente associadas a bens materiais e popularidade online. Isso pode contribuir para uma desvalorização de objetivos de longo prazo como educação superior e planejamento financeiro. O resultado é uma pressão crescente sobre os indivíduos, principalmente os jovens da Geração Z e Millennials, para perseguirem uma imagem de sucesso que pode ser prejudicial à saúde mental e à formação de identidade saudável.
No ambiente corporativo, essa busca incessante pelo novo e pelo imediato tem feito com que jovens profissionais sejam frequentemente preferidos em detrimento de trabalhadores mais experientes, o que pode gerar tensões intergeracionais e afetar a dinâmica de trabalho. Essas tendências também repercutem no planejamento educacional e governamental, onde novas políticas podem aumentar as disparidades sociais.
Portanto, é vital reconhecer que os impactos sociais da IA podem ser profundos e duradouros se não houver uma conscientização coletiva sobre o uso responsável e ético dessa tecnologia. A IA possui o potencial de ser uma força poderosa para o bem, mas apenas se aplicada com sabedoria e um olhar crítico para as necessidades e valores humanos. O desafio está em equilibrar o avanço tecnológico com a preservação do bem-estar social e pessoal, usando a IA como uma ferramenta que amplia e não substitui a experiência humana.
A Pausa no avanço da Inteligência Artificial.
No dia 22 de março de 2023 foi assinada uma carta de Ellon Musk e mais outros 2.600 pesquisadores líderes de setores de tecnologia pedindo a pausa temporária nos avanços dos estudos e desenvolvimentos de AI temendo o que eles acreditam ser “riscos profundos para a sociedade e humanidade”.
Provavelmente, o que está acontecendo aqui, é que eles observaram claramente que, se essas ferramentas ficarem na mão “do povo” sem uma regulamentação, não é tão interessante. Pois, ter o controle de ferramentas tão poderosas como essas, seria permitido apenas para quem as criou. Provavelmente, eles estão pensando em alguma forma de regulamentação para que apenas os criadores e líderes tenham acesso à uma forma de controle mais intensa. Afinal, da forma que estamos produzindo/consumindo/vivendo, realmente poderia haver uma catástrofe a curto prazo.
Em contrapartida, essa – por enquanto – ainda é uma boa maneira de “dar uma segurada” na emoção. Vamos aguardar o que virá a partir disso.
Como podemos usar a AI ao nosso favor?
Se nós enquanto sociedade começarmos a valorizar o nosso tempo, qualidade de vida, meio ambiente e saúde mental, provavelmente, teremos uma maior conscientização de consumo e produção. Uma vez que façamos essas mudanças internas, que reflete no comportamento da sociedade, podemos, então, usar essas ferramentas ao nosso favor. Como por exemplo: Gerar novas profissões, avanço da medicina, melhora no desenvolvimento de tecnologia, mudanças ambientais significativas, aproveitamento do nosso tempo com menos tempo de trabalho, etc. Mas isso, realmente, se todos nós estivermos dispostos a fazer uma mudança interna que reverbera para o planeta!
E você, está disposta(o) a tentar?